Politica
Deputada Bia de Lima foi alvo de um machismo estruturante

Ofendida pelo deputado Amauri Ribeiro (UB), que a chamou de ‘papa-anjo’ e a associou com pedófilos, a deputada Bia de Lima, da forma mais dolorosa possível — representa uma grande massa de mulheres que também são vítimas de um machismo estruturante e covarde, inclusive no meio político.
Machismo estruturante na Alego
Amauri Ribeiro vem usando a tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para ofender a deputada com sua ideologia opressora de gênero, se escondendo por trás de uma imunidade parlamentar que não é absoluta, principalmente quando se trata de atos desrespeitosos e pessoais conta seus desafetos.
A sessão da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) teve que ser cancelada após o deputado Amauri Ribeiro associar a deputada Bia de Lima (PT) à ‘pedofilia’. Os ataques contra Bia aconteceram nesta quarta-feira (21).
Segundo Amauri, que mantém discursos polêmicos na Alego, a deputada Bia teria dito, em uma emissora de rádio, que ela ‘gostava era de homens novinhos’, o que motivou a discussão entre os parlamentares goianos.
Livre manifestação de pensamento
Bia se defendeu dizendo que ela tem livre manifestação de pensamento e que suas opiniões são pessoais, não cabendo a intervenção acusatória do deputado no parlamento (parafraseando).
Bia fez o requerimento verbal para que o Conselho de Ética da Alego abra uma sindicância para apurar a quebra de decoro do deputado Amauri, o que foi protocolado com o apoio do presidente Bruno Peixoto em apurar o caso de forma transparente.
Bia de Lima relatou que as agressões verbais por parte de Amauri são cotidianas. Em 2024, o Ministério Público Estadual pediu a condenação de Amauri Ribeiro com base no artigo 326-B do Código Eleitoral e requereu indenização por danos morais à vítima.
Entidades que se calam
O machismo estruturante está ativo nas instituições públicas e privadas, locais onde deveria haver ações de proteção às mulheres e as minorias, atos que passam despercebidos por pessoas e entidades que se calam diante de ofensas, gestos e ações como as praticadas pelo deputado Amauri Ribeiro contra Bia de Lima.
Na Alego, parlamentares que presenciaram as agressões se calaram diante da opinião pública, talvez por não querer se expor por defender uma colega no parlamento onde representam o povo goiano.
Se houve um silencio tão profundo em relação ao caso, inclusive o de instituições representativas e de classes, é sinal de que o machismo tem marca registrada na política, muito especialmente na Assembleia Legislativa de Goiás.
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Por: Izaías Sousa
